Terça-feira, 31 de Outubro de 2006

Emoções

Largamente estudadas comprovadas e analisadas, as emoções coabitam o ser do mortal ao longo da sua existência.
Cientificamente explicam-se como o resultado de certos estados experienciados perante determinadas situações. É sobejamente conhecido que todas as emoções vêm acompanhadas por reacções fisiológicas. Quando sentimos medo ou raiva, a carga de adrenalina aumenta e faz com que nosso coração dispare e o corpo entre em estado de alerta. Quando estamos felizes, o nosso corpo produz mais endorfinas, que resultam em sensação de bem-estar, etc.
 
Mas, meus adorados mortais, as emoções são muito mais que isto.
São as cores que nos iluminam a vida. Sim, meus caros mortais. As emoções são cores! O alimento da alma, o prazer supremo de ouvir com os sentidos, o momento mágico do pulsar das cores, o fogo que consome o espirito e nos corrói a alma. São palavras coloridas anuladas por lábios sedentos, musicas, olhares, cheiros, silêncios.. São tudo isto, não são nada.
 

Afinal...São as emoções que dão vida.
 
Scintilla contempta excitavit magnum incendium
(Pequena centelha ateou um grande incêndio)

Fiquem bem,

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publicado por Zeus às 10:28
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Sexta-feira, 5 de Maio de 2006

Melhor Mãe do Mundo

A autora desta prosa maravilhosa não é a primeira vez que presenteia o Olimpo com um dos seus belos textos. De sua graça, Isabel.
Desta vez, o tema é divino. São as mães, as melhores do mundo.
 
 
Descobri um dia
Que no meu corpo trazia a poesia no seu sentindo mais profundo
 
Descobri que eu era a flor que semeava o mundo e que arava a terra de
Esperanças porque no meu ventre trazia o sorriso de uma criança
 
Senti-me responsável pela humanidade
E veio através de mim o amor em forma de realidade
A vida no seu maior sentido...
 
Hoje sei que ser mãe é muito mais que um acto de amor...
Ser mãe é um acto de coragem
Ser mãe é um acto de generosidade com a vida
É ser mais que uma simples mulher
 
Ser mãe é ser guerreira
Ser mãe é ter orgulho
Sofrer, amar incondicionalmente, chorar, rir, enfim
Ser mãe é ter a Inês – que é tudo para mim
Que todas as mães do mundo possam ser felizes
Vale a pena
 
 
Animi tranquillitas grande virtutis praemium est
(A tranqüilidade de espírito é a grande compensação da virtude)
 
 
Fiquem bem,
publicado por Zeus às 16:28
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Sexta-feira, 21 de Abril de 2006

Cavatina

Amavelmente, Alexandra Diez, presenteou este espaço divino com mais uma das suas prosas carregadas de emoção e sentimento. Deliciem-se caros mortais.

   
Tudo havia terminado…
Os lençóis remexidos sussurravam docemente, enquanto testemunhas silenciosas de segredos de uma noite de infindáveis prazeres. No ar espraiava-se um odor agridoce que se desprendia dos corpos nus, adormecidos em desalinho sobre a cama.
 
Tudo começara com um olhar, não um olhar qualquer mas um daqueles olhares que prenuncia tempestade, sentimentos tumultuosos, intensos e magnéticos. Um olhar que tudo esconde e que tudo revela, espelho de almas atormentados de um desejo por saciar…
 
Estava escrito que algures no espaço algures no tempo, o inevitável aconteceria porque a insustentável tensão que pairava a cada encontro, escrevia mais uma linha no livro do destino…quando as linhas se cruzassem….
 
Com a mudança das estações as linhas cruzaram-se e o destino cumpriu-se. A distância de segurança foi quebrada, e o beijo surgiu do nada, quente, sensual, exigente e sôfrego, selando o início do inevitável. O princípio do fim. O olhar escureceu, intensificou-se expressando o desejo transbordante. As mãos pequenas e delicadas percorreram devagar o contorno da face, deslizando suavemente e descendo pela nuca e ombros desapertaram os botões da camisa semi-aberta acariciando firmemente a pele macia por debaixo. Os lábios quentes percorreram o trilho das mãos, atingindo o peito e acariciando com a língua os mamilos até estes ficarem erectos…
 
As mãos acariciavam suavemente as costas, descendo até aos rins apertaram firmemente as nádegas firmes que se revelam sob as calças.
Um a um os botões vão sendo finalmente abertos…
 
A boca dele era macia e viajou languidamente pela curvatura do pescoço até à abertura do decote, sentido o odor suave que se desprendia da pele, abriu vagarosamente o fecho e mergulhou as mãos no seu interior acariciando firmemente as costas, despojou os seios do seu suporte. As mãos e a boca cálida percorreram-nos, ora suave ora impetuosamente arrancando murmúrios entrecortados de prazer.
 
Com decisão a saia, foi arrancada num só gesto expondo o ventre ligeiramente arredondado e a tanga fio dental. Uma das mãos enlaçou a cintura, enquanto a outra mergulhou na tanga, sentindo a macieza sedosa de uma intimidade fremente, quente e húmida…palpitante, os dedos penetraram delicadamente no abismo aveludado e quente que se abria ao toque delicado.
 
O abraço foi forte, envolvente e impetuoso e o contacto dos corpos quentes, excitados e sequiosos de carícias foi selvagem. As bocas ávidas de prazer percorreram despudoradamente todo o corpo cm a cm, ora acariciando, ora tocando levemente com a língua ora sugando e apertando vigorosamente com os lábios, arrancando gemidos incontidos pelas sensações de prazer que provocavam.
A excitação crescia, a batida cardíaca acelerava-se…. Os corpos enlaçam-se, numa exploração infinda de prazeres e sensações, de toques, de beijos, de carícias prolongando o clímax…
 
Sentando-se lentamente, sente a masculinidade penetrar primeiro suave e lentamente, depois aumentando a cadência…ondas de calor percorrem a coluna, tornando a respiração cada vez mais ofegante num turbilhão crescente de sensações, a visão torna-se mais enevoada, o corpo fica trémulo com a proximidade do orgasmo que se pressente pelo vigor dos movimentos, pelos gemidos incontidos, pelas unhas que se cravam como garras. Antes do clímax muda rapidamente de posição, e de gatas sente as mãos dele agarrarem vigorosamente a anca e penetrarem-na com força. É um crescendo que se transmite a todo o corpo, em ondas de choque sucessivas como a erupção de um vulcão adormecido, que explode com violência… para ele tudo chegou ao fim.
 
Nela a onda de calor parece retroceder, mantendo o corpo trémulo, quente e fremente… mas o toque suave dos dedos e a boca quente, reacende a fogueira ainda não extinta, emitindo miríades de sensações que de novo inflamam e explodem…recomeçando de novo…
 
Tudo tem um princípio…tudo tem um fim.
Os acordes de uma cavatina [1] ecoam ao longe….
 
 
Alexandra Diez
 
 
Vade Mecum
(Vem comigo)
 
 
Fiquem bem,
 
 

[1] - Área musical de curta duração, sem repetição nem segunda parte.

 
publicado por Zeus às 09:47
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Quinta-feira, 6 de Abril de 2006

Espelho

 

A autora, de sua graça, Alexandra Diez, resolveu dar uma ajuda ao Olimpo nestes tempos em que a inspiração escasseia. Leiam com atenção, pois a prosa é cristalina.

 

 

Duas gotas de água no espelho.


Algures no fundo da nossa alma existem dois eus, duas gotas de água que escorrem por um espelho, ao mesmo tempo semelhantes e dissemelhantes, o que somos e o que gostávamos de ser.


Somos o produto da nossa consciência e da herança familiar e social do mundo que nos rodeia; somos aquilo que podemos ser.


A outra gota de água é como o espelho por onde desliza, e embora reflicta a imagem do que sou, essa imagem encontra-se invertida. como se de um paradoxo se tratasse. é a imagem do que eu gostava de ser.


Quando vejo a imagem do que sou reflectida no espelho, pergunto-me como cheguei até ali. Sento-me e recordo as vidas passadas, os caminhos trilhados, as opções descartadas.


Sento-me e recordo as vidas futuras, meros prolongamentos do que podia ter sido e não foi.


Sento-me e recordo o presente. Instante fugaz, que não é futuro porque já aconteceu e não é passado porque está a acontecer e ainda não se
concretizou.


Quando escorrem suavemente pelo espelho as duas gotas de água fundem-se numa torrente única., e o reflexo passa a ser só um.


Passado, presente e futuro mesclam-se num momento único, intemporal.

 

 

fiat lux

(Faça-se a luz)

 

Fiquem bem,

publicado por Zeus às 11:50
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Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2006

Devotos

A “HeraAfrodite” desafiou o Olimpo para publicar a seguinte foto e elaborar a respectiva prosa.
O desafio, como é óbvio, foi aceite!

220961.jpg

A imagem pode conduzir-nos a diversas especulações, elaborar complexas teorias, tecer entrelaçadas doutrinas acerca da sua condição ou porque motivo se encontra naquela posição. Será de submissão? De prazer? Será alguém satisfazendo um qualquer fetiche? Será uma punição? Será alguém que se encontra privada de liberdade?.
Temos também algo de sensual e erótico espelhado na imagem. E não há dúvidas que a mortal possui um belo corpo.
Enfim, a imaginação nestes momentos assola-nos a alma, e o libido espanta-nos o espirito.

Mas, caros mortais, queria chamar a atenção para algo. Um simples pormenor, esse sim, que me faz dissertar. O crucifixo dela.
É na fé de uma entidade divina, Deus, Deuses ou num poder superior que muitos mortais suportam a sua existência. São devotos duma forma consciente ou inconsciente. Praticando os seus rituais, ostentando símbolos religiosos ou simplesmente acreditando que algo de divino lhes delineia as linhas da vida. E a fé manifesta-se de várias formas e feitios. São determinadas alturas ou situações na vida que fazem com que os mortais se agarrem ao inexplicável, explicável para muitos, e depositem nela a sua existência, a essência do seu ser.
Não é condenável, nem muito menos objecto de qualquer opinião. É simplesmente a fé de cada um. Espiritualmente todos têm o direito de se sentir bem consigo próprios, acreditando, ou não, em entidades divinas.


una salus victis, nullam sperare salutem (A única salvação para os vencidos é não esperar salvação)


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 15:45
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Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2006

Mas...

RUNAS.jpg
A prosa hoje tem muito que se lhe diga. Contudo, entretanto, no entanto, porém e todavia, depende da interpretação de cada um.

São os “mas..” da vida. Aqueles que estão sempre presentes no consciente ou inconsciente de cada mortal.
Raramente algo se torna concreto, exacto antes de passar pela fase do “mas...”. Aceito, mas....; sim, mas...; olha, vou lá, mas...; mas.., mas...
Anda na boca de toda a gente, proliferando na vida, como girassóis prontamente preparados para se voltarem para o astro raio assim que os primeiros raios matinais lhes tocam as pétalas.
Duma forma subtil ou propositada o “mas..” convive com cada ser mortal, qual lapa encrostada à sua rocha. Nasce e renasce várias vezes consoante as situações, disposições, exposições e conjunturas de cada um.
Abrir a mão e arremessar um “mas..” é prática corrente, ninguém estranha ou receia. Basicamente todos estamos preparados para os enfrentar.

Como é óbvio tudo seria muito mais simples se o dito fosse abolido, ou pelo menos utilizado somente em circunstancias muito especiais! Mas...isso seria querer demais.


Minimum vivit, qui nil quam vitam cogitat (Vive muito pouco quem só pensa na vida)


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 11:49
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Terça-feira, 24 de Janeiro de 2006

Renascer

nelogo.bmp

Durante anos
construí aquilo que sou,
feito de derrotas e vitórias,
amores e ódios,
prazer e mágoa.

De tudo vivi um pouco
colhendo sempre aquilo que resta:
de esperanças soltas,
de vida vivida,
de forças renovadas
e de sonhos...
que nunca deixarão de ser sonhos.

E que no fundo
serão sempre tudo o que resta
dum passado que é presente
transformado em futuro
que já é e deixa de ser...

Reencarnando um novo ser
que pode e sabe
com a certeza daquilo que quer,
daquilo que pode esperar,
daquilo que sente...

Sofrendo esse pedaço de mim
que nunca deixará de ser.


Appetit finis ubi incrementa consumpta sunt (O fim se aproxima, quando o crescimento se consuma)


Celebremos então, Aquilo que Somos
publicado por Zeus às 10:37
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Terça-feira, 17 de Janeiro de 2006

Regras do Jogo

montanha.jpg

Cagar sentenças é fácil, não custa nada. Falar do pedestal, do cume da montanha é característico daqueles que querem impor e subverter as regras do jogo.

Basicamente todos nós já lá estivemos. Pelo menos uma vez na vida. Sentimos os pulmões cheios de ar fresco, de sapiência e sabedoria. Já todos nós vomitámos a nossa vontade a alguém!

Sabe bem, eu sei que sim!

São estas as regras do jogo da vida


Ferme fugiendo in media fata incurritur (Quase sempre, ao se fugir, esbarra-se com o destino)


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 18:56
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Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2005

Os nossos pensamentos

pensador.bmp
Nesta altura festiva, de júbilo, é comum deixarmos os nossos pensamentos fugir para aqueles que por este ou aquele motivo estão sós, doentes, sem abrigo, aqueles para quem a vida foi ingrata.
Comodamente sentados no sofá lá de casa, olhamos para a televisão que passa a reportagem dos sem abrigo e entre um suspiro ou outro, lá cumprimos a nossa missão, permitindo que os nossos pensamentos lhes sejam dirigidos.

Infelizmente, o pensamento não afecta nem modifica nada. O acto de nos lembrarmos dos outros não tem qualquer acção sobre os que de facto sofrem. Será porventura egoísta, para nossa própria satisfação, é concerteza um louvor ao egocentrismo que existe em cada um. Mas reconforta-nos o espirito e a alma pensarmos nos desafortunados e pobres de espirito nestas alturas.

E a “eles”?. Nada, simplesmente não acontece nada. Os nossos pensamentos não aquecem nem arrefecem, não dão carinho não acabam com a solidão, não aniquilam o sofrimento. E mesmo que a concentração de tamanha energia vinda do pensamento de cada um tivesse algum efeito sobre os desafortunados ela acabaria num dia ou dois, que é normalmente o tempo que cada um despende nestas alturas para pensar nesses assuntos.

Felizmente existem alguns, poucos, que não se limitam à arte de pensar! Existem mortais que despendem e prescindem dos seus gozos familiares para andar pelas ruas e ajudarem os outros a passarem o tempo dos pensamentos dos outros duma forma mais agradável. Pelo menos uma vez por ano.

Pernicies homini quae maxima? Solus homo alter (Qual é o maior flagelo do homem? Outro homem)


Feliz Ano Novo
publicado por Zeus às 11:08
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Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005

Caminhos

stars.jpg
À semelhança do telescópio “Hubble” que nos tem mostrado os caminhos do Universo, desejo que vós, meus queridos mortais, também tenham “visão” para desbravar os trilhos delineados na vida de cada um.

Boas Festas

Pax Vobis (A paz esteja convosco)
publicado por Zeus às 10:09
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