Segunda-feira, 31 de Maio de 2004

Simplesmente mortal

terra.jpg
Muitas vezes os mortais não se apercebem da maravilhosa condição que possuem..a de ser simplesmente mortal.
Passam a maior parte da vida preocupados com problemas corriqueiros aflições e afins e esquecem-se que o simples facto de estarem vivos é a maior dádiva que algum deus lhes pode ter conferido.
A maravilhosa experiência de ser mortal..o poder relacionar-se com os outros, o facto de comunicar e interagir com seres semelhantes, de poder amar, odiar, gostar, detestar..faz dos mortais humanos uns seres especiais e únicos.
Por vezes não têm noção do que é na verdade ser mortal..a experiência do nascimento, do crescimento do envelhecimento o acumular de situações e experiências que vão definindo cada ser como um indivíduo. É fantástico e triste ao mesmo tempo pois muitos não dão sequer importância ou valor.
Imaginem com quantos outros seus semelhantes interagiu um mortal se no final da sua vida fosse feita uma contagem, não é fantástico?

É uma experiência única, que mesmo eu, Zeus gostaria de partilhar..não fosse imortal..e o tempo para mim não passar dum simples relógio que unicamente faz tique tac tique tac marcando um compasso infinito.
Não esqueçam que Zeus era, foi, o Deus grego..depois nasceu o outro fulano e as crenças religiosas deixaram de recair sobre mim...um deus e seu filho muito mais correctos sem borgas nem orgias bigamias, trigamias, enfim gaijas e deusas. Por um lado até que gostei..deixei de me preocupar tanto com os demais e passei a olhar mais para mim, coisa que muitos mortais deveriam fazer.


homo sum et nihil humani a me alienum

(Sou homem e nada do que é humano me é estranho)

O som hoje é para todos, Maria Bethânia, Liberdade

Aproveitem bem meus caros, deixem-se de merdas!
publicado por Zeus às 10:56
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Sexta-feira, 28 de Maio de 2004

Chatos do caraças

fuinha.jpg
Existem várias estirpes de mortais, os inteligentes, os menos inteligentes, os burros que nem uma porta, os geniais, os fantásticos, etc etc. Hoje dissertarei sobre uma casta em especial. Os chicos espertos.
Os chicos espertos ou fuinhas, abundam em qualquer sociedade ou cultura, normalmente andam bem disfarçados e raramente os conseguimos distinguir dos outros comuns mortais, a menos que eles se manifestem e isso acontece por exemplo quando seguimos numa fila (a bicha) de trânsito e depois aparece o espertinho que “se mete à má fila” ou que tenta ultrapassar pela direita. Normalmente conduzem carros de pouca potência mas gostam de pensar que na verdade têm uma grande máquina e exibem-se de forma ostensiva na estrada.
Passar à frente de todos numa qualquer fila duma qualquer repartição do estado é também dos seus passatempos preferidos, ficando depois com um “ar” vitorioso e por vezes atingindo o auge de felicidade das suas vidas mesquinhas.
Quando reunidos com amigos(as) não param de contar as suas grandes aventuras e viagens, deliciam-nos também com as suas histórias de engates e de como “comeram” a personalidade x ou y, que, coitados iam na rua e conheceram por acaso e imediatamente foram convidados para o melhor sexo da vida deles.
Alimentam-se do infortúnio alheio e não deixam de contribuir para que as relações entre os demais se tornem complicadas ou que o veneno que injectam nos outros nutra efeitos.

Basicamente são uns chatos ou “bailarinas” do caraças que por vezes temos que aturar e conviver.

intelligenti pauca


Hoje o som é também de um chico. Este, no entanto é mais velhinho e pertence à casta dos geniais. Rui Veloso, chico fininho.

Um óptimo fim de semana para todos vós, aproveitem o Sol que ai vem
Cumprimentos celestiais
publicado por Zeus às 09:22
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Quinta-feira, 27 de Maio de 2004

Luxos e afins

dinheiro1.jpg
Todos os mortais desejam e gostam de bens materiais, convivem com isso todos os dias quando anseiam o carro do amigo ou do vizinho, ou quando olham para a mansão dum qualquer magnata ou traficante de droga, com piscinas exteriores interiores jaccuzi, banhos turcos e afins..
Os bens materiais são significado de poder e normalmente quem os tem aprecia imenso vangloriar-se do que tem sendo obviamente a maior parte das vezes fruto de negócios ilícitos ou heranças deixadas pela tia velhota que padecia duma doença gravíssima e chegou a sua hora de alcançar o reino dos céus.
Normalmente mortais abastados só convivem com outros em iguais circunstâncias, uns aspiram o chamado “jet-set” pois ai encontram-se em festas e afins e cada um pode expressar e fanfarronar-se da riqueza que tem.
Normalmente esses tipos de mortais chamam à restante classe o “pobão” ou seja os seres no nível abaixo da pirâmide.
Dificilmente eles (os abastados) acreditariam que fazem uma figura simplesmente ridícula e que a única coisa que servem é para encher páginas e páginas das revistas cor-de-rosa onde a vida deles é dissecada, comentada e decidida.
Existem também os mortais abastados recatados, esses também vivem com luxo e não dispensam todos os bens materiais proporcionais à sua riqueza, mas gerem a sua fortuna duma forma inteligente e não se metem em confusões alheias, são ricos e não têm a culpa disso.
No fundo, todos os mortais têm direito a ser ricos, pobres ou remediados e a aspirarem por mais.

disciplina, pauperibus divitiae, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum



Hoje a música serve para acalmar os ânimos de ontem (do artigo e de alguns comentários menos próprios, não da vitória do Porto. Esses ânimos devem ser bem comemorados por todos os mortais portugueses), Tom Jobim, GAROTA DE IPANEMA


Fiquem tranquilos
publicado por Zeus às 11:27
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Quarta-feira, 26 de Maio de 2004

Soltar o dedo

O fazm1blog enviou a imagem que se segue para o Olimpo. Já agora e porque este ilustre mortal já não é a primeira vez que envia fotos para publicação neste espaço celestial, quero elucida-lo do seguinte: O meu caro amigo não precisa que lhe façam um “blog”. Os blogs podem ser feitos por nós mesmos, do estilo “do it yourself”. É só seguir as instruções, e então aqui no sapo ainda é mais fácil.

Pt1.jpg
Considerações feitas, e espero que o fazm1blog não leve a mal a brincadeira. A imagem que enviou é muito bonita e expressiva. Porventura merecia uma prosa mais elaborada e profunda. Mas hoje...hoje apetece-me soltar o dedo...


Hoje a dissertação é para maiores de 18 anos. O blog é mesmo de tudo pois então!
Hoje vou pecar por actos e omissões, solto-me nas palavras e digo tudo, tudinho da silva!
Hoje vou escrever asneiras e palavrões como o caraças, vou falar de experiências sexuais alucinantes, quecas mágicas, sem magia, encontros românticos, quecas no elevador, no carro, no cinema, contra a parede, hoje vai ser pornografia e erotismo sem limites.
Hoje vai ser animalesco com êxtase e orgasmos à mistura, uma orgia de palavras emoções e sentimentos.
Hoje deixo-vos com tesão, entusiasmados, extasiados com espasmos de prazer pois o texto estará carregadinho de sensualidade, sensações de prazer vão sentir, copular vão querer.
Hoje é dia de traição de amor de galanteio de emparelhar. Casais e amantes conspirarão sobre a noite que ai vem ou a hora do almoço ou do lanche ou agora, já!
Hoje será o dia nacional da queca do libido do êxtase da sexualidade, pessoas serão encontradas a fazer amor pelos cantos, a sedução está à solta.
Hoje gritem por Zeus quando estiverem no êxtase da relação, hoje o meu nome é significado de sexo e amor.
Hoje soletrem o meu nome àqueles que quiserem ter na vossa cama pois ele traz magia e sensualidade, hoje sou Zeus carnal da luxuria e do prazer...

Muitos mortais têm pudor de falar de sexo, alguns têm vergonha do seu corpo e preferem esconde-lo deles próprios e dos outros. São os corpos sem rosto.

Enfim...passei-me..também tenho direito a isso...

Haa....e como é obvio hoje é dia de ouvir prince, sexy mother fucker

Fiquem bem!
publicado por Zeus às 09:39
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Terça-feira, 25 de Maio de 2004

Coisas simples e banais

CASLA7O1.jpg
Os mortais têm por principio esquecer e não dar importância às coisas simples e banais da vida. Raramente olham à sua volta e param para deslumbrar e contemplar um pequeno acontecimento banal, sem significado, daqueles que acontecem todos os dias, como o nascer e o por do sol. Ele está lá todos os dias e isso é que interessa.
Normalmente esquecem-se de dar a saudação (os bons dias) ao vizinho que encontram no elevador ou à pessoa que se cruza na rua e é do mesmo bairro ou da mesma zona, aquelas pessoas que conhecemos só de vista.
Raramente se lembram de respeitosamente cumprimentar o ansião (velho) que se cruza no caminho e o qual merece todo o nosso respeito e carinho.
Olhar para a magnificência duma borboleta poisada na flor do canteiro da rua não faz parte dos costumes mortais, talvez porque o animal paire sobre a flor que está ao lado da lata vazia e amachucada de refrigerante e o seu pedúnculo coexista ao lado do cocó (da merda) que as mascotes dos mesmos fazem na rua, mas mesmo assim, ninguém repara num milagre da natureza como este.
Esquecem-se muitas vezes que um “olá,” um “bom dia” um sorriso nos lábios pode mudar a vida ou o estado de espirito dum seu semelhante, uma pequena importância com grande significância.
É muito mais apetecível olhar para a roupa da amiga ou do amigo, deslumbrar o carro do vizinho ou do colega e dissertar sobre as “gaijas” que o galã da zona anda a comer ou os “gaijos” que a cabra da chefe, da amiga ou a fulana da revista vip anda a sair.
A vaidade e a opulência por vezes corrompe e corrói o espirito dos mortais ocultando as coisas simples e banais da vida.
Normalmente só dão importância a tais banalidades quando algo de catastrófico lhes acontece na vida, e nesse caso, tudo o que é pequeno e sem importância passou de nível e passam a contemplar tais insignificâncias.

vanitas vanitatum et omnia vanitas


Vivemos não em proporção ao número de anos que passámos na terra, mas sim em proporção ao que desfrutámos.
“Henry David Thoream”



Hoje vamos ouvir uma melodia carregadinha de sensualidade, purple rain do Prince

Cumprimentos celestiais para todos vós
publicado por Zeus às 09:36
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Segunda-feira, 24 de Maio de 2004

Vamos partir esta merda toda!!

A Sara do Blog da Libelua (está linkado ao lado) enviou para o Olimpo um texto excelente sobre os pequenos ou grandes mortais que têm a mania de partir e estragar tudo. Expressa a realidade nua e crua dos jovens mortais de hoje. Leiam com atenção pois vale a pena.



vandalismo.jpg


vandalismo2.jpg


Vandalismo

Fui à procura da palavra depois de a mastigar durante vários dias, sempre que se me oferecia ocasião para rosná-la. Que diabo! Os vândalos! Palavra de origem latina que nos chegou por via erudita e que se aplicou aos primeiros grandes vândalos que a história conheceu: as bárbaras tribos do Norte da Europa. As que vieram por aí abaixo devastando toda a florescente civilização romana, sem respeito pelas mais caprichadas manifestações de arte e cultura. Pois muito bem. Onde andam os modernos destruidores de obras de arte?

A primeira pessoa a quem tal epíteto logo me pareceu oportuno, foi talvez a minha mulher a dias que no seu brio profissional me limpa os livros com um pano húmido, porque só assim o pó vem atrás… Fiz um grande esforço mas não me ocorreram outras situações embora na evolução semântica da palavra hoje em dia esta designe também a destruição de tudo que se encontrar já feito e a funcionar.

Lembrei-me logo do jovem que, no exercício da sua criatividade, adora despejar latas de tinta sobre os carros estacionados sob a sua janela, o que é em si uma forma de ocupar o tempo e produzir a diferença, embelezando e tornando esse carro objecto único na sua espécie e marca! Vandalismo? Não, espírito inconvencional, disse a psicóloga. Inconformismo com a ordem! Necessidade de caos, uma doença moderna que parece vir aí a galgar a montanha. Ok.

Lembrei-me também do rapazito do 3º ciclo que ofereceu a uma inocente menina do 1ª ciclo, não um perfume Gucci ou Van der Bilt, mas a suma criatividade de um frasco de ácido moriático. É claro que a libertação feminina já dotou esta promissora pequena com a argúcia da espécie e esta limitou-se a perfumar o pavimento com o fervilhante “perfume”. Vandalismo? Não, cavalheirismo moderno, ou um louvor à inteligência feminina.

Também não parece causar grande espanto que uma turma leve em apoteose uma tampa de sarjeta para a aula de Inglês, afinal trata-se de um soberbo gesto de protesto contra a língua mais suja do planeta, mas isso são considerações minhas que os rapazes só escolheram aquela aula porque a professora até acha graça a esses gestos.

Ou ainda o supremo manifesto de revolta que consiste em erradicar da face da escola quaisquer inocente banco de sentar, afinal de contas uma escola é um sistema dinâmico de troca de saberes e não há lugares sentados, nem hipótese de estagnação de ideias.

Também me ocorreu aquele grupo de cinco alunos do nono ano que me sobraram de uma visita de estudo e a quem preparara uma aula intensiva de orações subordinadas. Compreendam-nos! Frustados porque os pais não os deixaram ir, (falta de pilim, disseram-me) iam apanhar com a seca das orações quê???? Pois. Aprender a escrever frases com mais do que uma oração, pk? Se bastava saberem as abreviaturas das palavras e nas sms e mails não havia orações subordinadas, nem sequer coordenadas. Nada. Tudo independente! Dei-lhes razão. Vamos ver um filme!

Demorada escolha. Fui persuadindo algo minimamente inteligente, maldizendo a minha antecessora que escolhera aquela tralha toda de faca em riste e sangue jorrando pelas prateleiras! Bem, lá os convenci a ver A Lista de Schindler. É de guerra não é? Boa. Pois foi. Eu bem puxei o brilho ao misterioso Shindler e ao seu olhar arguto que nos conduz no labirinto da crítica, eu bem predisse desastres terríveis para os judeus, eu bem comparei o mercado negro da época com o tráfico de telemóveis da nossa, bem lhes fiz ver que se Hitler fosse vivo, a nenhum de nós chamaria ariano, mas em breve bocejavam aborrecidos, perdido já o fio à meada e porque afinal ainda não tinham visto morrer ninguém.

Azucrinaram-me o juízo para lhes pôr o Blade. Pensando no Blade Runner achei que talvez tivesse alguma hipótese de me surpreender. E teve! Desde o primeiro momento o filme jorrou sangue, salpica-nos directamente de visões de sangue e estas parece que tiveram o condão de escavar um sorriso entusiasta nas bocas dos meus rapazes. Ahhhhhh! Aquilo sim. O sofrimento humano, a agonia da morte mimada em sumo de tomate, cravada a carne juvenil pelos vampirescos realizadores de cinema de Hollywood.

Vandalismo? Não! Vandalizar a carne humana, vandalizar a vida? Não tem cabimento, isso! À carne humana apenas o tempo a vandaliza e portanto tudo o mais é uma salutar inversão das leis da natureza. Fui vomitar e sentei-me contando os minutos que faltavam para tocar.

Ainda hoje ando a ver se dou com situações de vandalismo, mas honestamente ou ando muito distraída ou vivo no concelho mais civilizado do país. Porque não me venham dizer que destruir uma cabine telefónica é vandalismo! Então se a gente lá vai uma vez e outra e aquilo não dá nada! Experimentem a esperar por uma camioneta da Vimeca, da Rodoviária ou por uma autocarro da Carris.

A espera dá-vos tempo e energia para amolgar toda a protecção da paragem, se a houver, ou para desenhar falos erectos em cada edital da empresa. E ainda vos sobra tempo para embirrar com o gajo ronceiro que se prepara para vos passar à frente na fila.

Tão pouco considero vandalismo que se atirem pedras à iluminação pública. Imaginem o que é crescer numa terra sem árvores, nem passarada para atingir à fisga? Como podem as crianças ser primárias e exercer os seus instintos se não for no único alvo à mão de atirar? Entendamo-nos.

A esta nova geração nada mais resta senão estes actos revolucionários, verdadeiramente épicos, de libertação pessoal, porque não lhes foi dada a possibilidade de criar seja o que for. Abriram os olhos e já viram tudo. O mundo já estava todo nos seus devidos lugares, muito arranjadinho, tudo que era preciso ao alcance de um botão ou de um clic.

Ora convenhamos que a inventividade humana não pode de repente recolher-se depois de tantos séculos de aperfeiçoamento das condições de vida, desde o primeiro dia em que um espírito mais iluminado descobriu o fogo! Depois de os nosso genes serem durante séculos e séculos embebidos na ferranha vontade de sobreviver e dominar o ambiente adverso!

Que resta a esta geração? Valorizar um esforço que não entendem? Que esforço? O mundo já foi criado com skates e telemóveis, play-stations e head-phones, carros e lugares cativos na vida! Sempre assim foi desde o primeiro dia.

Aliás, o mundo começou no dia em que pela primeira vez o viram. História. Uma coisa secante que inventam pá malta se passar! Não percebem os adultos que se este mundo dá tudo, nós também queremos tudo? E depressa!

Nada nos é pedido a não ser usufruir e desejar Ter. O verbo Ter conduz destinos e “alevanta” multidões, tal como antes sublevou gentes e povos cobiçosos e ainda hoje continua a determinar a direcção em que sopram os ventos da guerra. O verbo Ter, o deus moderno das civilizações do crepúsculo.

Vandalismo? Destruição. De tudo que mexe. Da perfeição. Da satisfação de quem a tem. Por quem não a conhece. Ou porque demasiada ou porque escassa. Mas no geral é o vazio da civilização que ecoa em cada pontapé desferido no bairro rosa. Em cada carro riscado, em cada vidro partido, cada canteiro destruído, cada golpe de faca desferido, cada morte explodida à distância.

O vazio que nos enche as mãos. E agora? Donde nos pode vir o heroísmo? Já temos tudo? Que nos resta querer? Por que lutaremos se as anteriores gerações já fizeram tudo?! Ou ainda temos algum horizonte para rasgar, alguma terra prometida por que lutar? Enquanto não vêm respostas, que faço com estas mãos, com estas pernas, com este cérebro?

24 de Março de 2004


consuetudo consuetudine vincitur


Hoje, porque é segunda o som deve ser suave e doce…Canção do Mar, Dulce Pontes

Fiquem bem
publicado por Zeus às 10:39
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Sexta-feira, 21 de Maio de 2004

Velocidade Vertiginosa

A Robina, musa do “Bosque da Robina”, o qual aconselho uma visita dos meus caros mortais (está linkado ai ao lado) enviou a foto que se segue;

caracol1.jpg

Dissertação merecida e aqui vai;

Quando eu era puto, e não foi há muito tempo (se é que ainda não o sou), ora vejamos...o filho do meu concorrente mais directo eternizou-se com a idade que todos conhecem, eu já passei esses e mais um, de vida terrena como é obvio.., bom mas voltando à prosa, quando eu era puto jogava ao pião na rua com os meus amigos predilectos, jogávamos também ao espeta (nada tem de sexual, não pensem) ao carolo (berlindes) e fazíamos casas nas árvores. Bem..., é claro que de vez em quando também fazíamos umas batalhas..os putos da rua de baixo (onde eu habitava) contra os putos da rua de cima (os nossos inimigos), à parte duma ou outra cabeça partida divertiamo-nos à grande e inventávamos brincadeiras e brinquedos para passar o tempo.

Hoje, olho para o meu sobrinho de sete anos, que religiosamente guarda o pião do tio pré-histórico e o mostra aos putos seus amigos como no passado os miúdos da idade dele brincavam, e admiro-me imenso quando ele pergunta ao tio onde está o botão..e o visor..e onde se carrega...e que raio de brinquedo é aquele sem cor, com uma forma esquisita.
Pois é...hoje em dia os miúdos querem é consolas e jogos de computador e jogos de telemóvel e adoram estar em casa sentados em frente à televisão a ver aqueles bonecos animados que os orientais nos enviam como setas flamejantes...É um facto que um puto de sete ou oito anos hoje em dia é capaz de pegar num computador e trabalhar nele como um adulto, mas onde está aquela inocência e imaginação que eu não há muito tempo tinha que utilizar para me divertir com os meus amigos? Mas será isso errado? Ou fruto dos nossos tempos?
É...o mundo actualmente evolui a uma velocidade vertiginosa e muitas vezes não nos apercebemos que devíamos parar, abrandar e tentar compreender melhor este rompante de novidades e tecnologias que assolam os mortais, colocar-nos aos lado dos mais jovens, tentar compreende-los e marcarmos o mesmo passo.

Dissertação feita, desejo-vos meus caros mortais, um óptimo fim semana e divirtam-se à fartazana! Parem de trabalhar, e se possível não façam nada, como diz o fulano que ando a ler de momento;

Parar é uma técnica simples e fácil de “não fazer nada”, na medida do possível, durante um determinado período de tempo (um segundo ou um mês), para recordarmos quem somos e conseguirmos prosseguir de uma forma mais calma e perspectividade.
“David Kundtz”


Hoje a música é livre e oiçam o que vos faz sentir bem!
publicado por Zeus às 15:01
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Quinta-feira, 20 de Maio de 2004

Desejo isto e aquilo

Esta imagem não foi postada por pedido de algum mortal, foi simplesmente porque hoje me apetece dissertar sobre o desejo.

desejo.jpg

O desejo povoa os nossos sentimentos e por vezes corroí-nos a alma.
Desejo ser rico, desejo ser feliz, desejo “comer” a vizinha do lado, desejo poder, desejo isto, desejo aquilo, e mais isto, e mais aquilo...
Os mortais passam a vida a desejar.
No fundo todos nós desejamos algo na vida, uns sabem bem o que desejam, outros nem tanto e como não sabem preferem banalizar o assunto...
Aquela frase do desejo é ser feliz e ter saúde é tanga, há sempre mais algo que se deseja! os mortais são ambiciosos por natureza e por trás dos desejos banais e frases feitas existe sempre aquela desejozinho oculto e que é só nosso...de mais ninguém! Geralmente a maior parte dos nossos desejos não são satisfeitos, a menos que façamos algo por isso..e nesse caso torna-se num objectivo e deixa de ter a magia do desejo.
Depois temos os desejos pérfidos aqueles do lado negro da vida que trazem maldade e infortúnio. Um desejo desses pode mesmo tornar-se perigoso causando vitimas e trazendo sofrimento.
Quando o desejo é muito grande corremos o risco de ele (o desejo) se transformar em algo mais “pesado” , podendo até conduzir-nos aos sete pecados dos mortais, que como sabeis é a ganância, orgulho, inveja, raiva, gula, luxúria e a preguiça.
Tenham então cuidado com o que desejam!

ignoti nulla cupido



O som hoje é de trazer por casa, mais precisamente de “nuestros hermanos”. Mas serve perfeitamente para as manhãs em que um gajo vem cheio de sono para o trabalho, liga o rádio do carro no máximo, ignora o riso das outras pessoas e põe-se a cantarolar os Heroes Del Silencio - Entre Dos Tierras Lyrics. A letra até que transmite algo.

Fiquem bem caros mortais!
publicado por Zeus às 09:57
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Quarta-feira, 19 de Maio de 2004

O Homem do Saco

Foto na minha caixinha de correio, foi a Sandra a remetente, e sai comentário!

saco1.jpg
Todos nós no percurso da nossa vida já vivemos situações em que queríamos falar, expressar algo a alguém e “engolimos em seco” escondemo-nos no recanto da nossa agonia.
Todos nós já quisemos pelo menos uma vez na vida gritar “merda!!” e contidos engolimos o desespero e a ânsia de nada poder dizer, ou porque seria má educação, ou porque estávamos na presença do chefe, da mulher, do marido, etc. E tal comportamento poderia ferir susceptibilidades, magoar alguém, prejudicar-nos...
Todos nós já quisemos ir ter com alguém que se cruzou na rua e dizer-lhe que naquele momento é a pessoa mais importante do mundo.
Todos nós já quisemos pelo menos uma vez na vida dizer simplesmente o que nos vai na cabeça sem limitações sem restricções..e simplesmente não o fizemos...
É o capuz que todos temos e usamos... uns mais que outros...
É o capuz que nos protege, nos oculta o nosso verdadeiro ser e que às vezes utilizamos demasiadas vezes.
É o Homem do capuz...


Fiquem bem! O som hoje é só para aqueles de gostos mais requintados...Martinho da Vila, “Mulheres”.
publicado por Zeus às 12:17
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Terça-feira, 18 de Maio de 2004

O sexo que há em nós

Salta-me à vista o toque subtil e suave das suas mãos nos seus seios...
O quadro a óleo é da Rita Chaplin.

casal.jpg

O sexo que há em nós segue-nos durante o percurso da nossa vida. Ele (o sexo) acompanha-nos de manhã à noite em todas as pequenas e grandes coisas que fazemos. Quando acordamos ele está lá, quando tomamos o pequeno almoço, tomamos banho, saímos para o emprego, almoçamos, lanchamos, falamos, discutimos, inventamos, imaginamos, ele, o sexo, está sempre presente. Persegue-nos duma forma mais ou menos discreta, chamando mais ou menos por atenções.
Quando preenchemos um qualquer inquérito, lá está ele. Sexo: F/M?
Mesmo quando fazemos sexo, lá está ele, presente e participando activamente no momento!
Ele existe, vive no nosso corpo, quer queiramos ou não! Uns encaram-no e convivem com ele duma forma mais natural e simples, já se habituaram a viver com ele...outros não!
Haa...e é tão bom tê-lo como amigo! O nosso sexo!

verba volant, scripta manent



A Paula pediu-me para divulgar um encontro de Bloguistas a realizar no próximo dia 3 de Julho no Alandroal,

encontro_blogs.jpg
Eu estarei omnipresente, mas em espirito!
Haa....E já agora não façam ligações da prosa do sexo ao encontro dos bloguistas!
Não! Não vai ser uma orgia ou coisa que o valha! Simplesmente o convívio de gente porreira numa terra que aconselho!

O som de hoje é “Who Wants To Live Forever” dos Queen , oiçam se puderem! É maravilhoso.

Fiquem bem!
publicado por Zeus às 10:14
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