Terça-feira, 31 de Agosto de 2004

Mas o que é feito d’Ele?

ceu.jpg

Mas afinal quem é “Ele”?
“Ele” para aqui, “Ele” para ali, o seu nome é invocado a torto e a direito. “Ele” zela por nós, “Ele” ajuda-nos, “Ele” salva-nos, “Ele” redime-nos, “Ele” absolve os nossos pecados, etc etc.
Mas “Ele” é Deus? Ou Zeus? Bom esclareço duma vez por todas...eu (Zeus) não sou de certeza...não redimo nada nem ninguém...portanto... “Ele” será outra entidade.
Mas então e “aquela velha história” dos que morrem em sofrimento, das guerras, da fome, das injustiças, das crianças mutiladas por engenhos explosivos ou por mortais sem escrúpulos, dos doentes que padecem, dos velhinhos que sofrem na solidão etc etc? E “Ele”...nada faz? Não salva? Não ajuda?
E por acaso já alguém esteve com “Ele” para o alertar destes factos? Já alguém o lembrou disso? Já alguém lhe disse que não é justo que a injustiça esteja a ganhar terreno? Ou será que esses assuntos são da competência única e exclusiva dos mortais propriamente ditos?
E os mortais continuam a chamar por “Ele” a toda a hora, a todo o minuto.
Mas então que explicação isto pode ter meu Deus?
Hummm...será que é fé? Será que os mortais precisam de acreditar em algo, no seu Deus (seja ele quem for). Será que dentro do espirito de cada um exista a necessidade de acreditar e sentir algo oculto, diferente? Será que dentro do “saco” do que não é explicável “Ele” está lá? Muitos casos são conhecidos, de mortais que tendo na sua vida sido ateístas, no leito da morte chamam por “Ele” e nos seus últimos momentos pedem absolvição de seus actos menos correctos em vida.
Pois é, a população mundial ronda os 6 biliões, desses, cerca de 85 % acredita em Deus, Deuses ou num poder superior. É um facto que não pode ser menosprezado! Mesmo que “Ele” esteja unicamente dentro de nós, que seja a nossa alma.
Eu acredito às vezes, ou melhor, bastantes vezes...quanto mais não seja...em mim.


coeli enarrant gloriam Dei (Os céus narram a glória de Deus)




Nota aos meus caros amigos bloguistas: Tenho, infelizmente, visitado muito pouco os vossos blogs. O trabalho urge e mal tenho tempo para publicar artigos. Espero que esta situação venha a regularizar..nem só do trabalho vive o Homem...nem os deuses.


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 09:45
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Segunda-feira, 30 de Agosto de 2004

Dante

dante2.jpg
Este fim semana, um acidente doméstico ocorreu a um familiar meu, nada de importante, mas obrigou-me a levar a minha tia velhinha (85 anos) ao hospital. Ela mora na margem sul, logo acorri com ela ao hospital Garcia Horta.
Lá chegados (urgências), é feito um pré rastreio e o doente encaminhado lá para dentro. É aqui que começa a caminhada no inferno, qual livro de Dante.
Ao lado duma sala de espera, onde se juntam doentes para consultas externas e familiares de outros doentes que deram entrada na urgências, existe uma porta que faz a divisão para o banco de urgência propriamente dito. Nessa porta, está um segurança contratado (de uma dessas empresas de segurança) a que passarei a chamar de gorila (uma montanha de músculos, cabeça rapada, qual Rambo ou Schwarzenegger). O gorila foi obviamente instruído para ser mal educado, bruto e carrancudo. A ideia é prestar o mínimo de informações possível aos familiares de pessoas que por ali deambulam, na ânsia de saber noticias sobre os seus entes queridos que se encontram lá dentro. Quatro horas passadas e nada, da minha tia nada. Tentei diálogo com o gorila. Resposta evasiva obtive. Com a sua arrogância já conhecida, disse-me que teria que esperar que “eles” chamassem pelos altifalantes do hospital o meu nome.
Entretanto, toda aquela gente (a sala estava cheia) podia “deleitar-se” com as chegadas constantes de ambulâncias, trazendo pessoas, muitas em muito mau estado, por acidentes na estrada, enfartes, etc etc. o trafego era tanto que por vezes, ali no hall, se juntavam 3 ou 4 doentes, moribundos, aos gritos, esperando o tal pré rastreio.
Acreditem que passadas, 6 horas de estada naquele sitio, o mais calmo e compreensível dos mortais começa a entrar em estado de ebulição. Uma confusão enorme começou a gerar uma raiva desmedida por aqueles fulanos. Aquele sistema, o nosso sistema. Mas estes gajos não se preocupam minimamente em informar os familiares dos doentes do que se passa? Do estado das pessoas? É um sofrimento duplo. Dos que estão lá dentro, e dos que estão cá fora à espera.
Tenho uns amigos médicos que trabalham naquele hospital. Hesitei várias vezes, se deveria fazer o tal telefonema. A cunha, que nos safa sempre nestas situações. Mas não. Pensei. A minha tia não está a morrer, não está em sofrimento atroz, não vou roubar um médico que poderia ser preciso para salvar uma vida, daquelas que se encontravam para ali aos gritos, em agonia pura.
Mas, tenho que saber o que se passa, como ela está, o que lhe estão a fazer. Do gorila, já sabia que respostas eram escassas, por isso resolvi utilizar um outro estratagema. Ali, da sala de espera, liguei através do telemóvel para o geral do hospital perguntando o estado da minha tia. Quem me atendeu, até que foi educado, mas novamente a resposta foi evasiva, menos que o gorila, é um facto, mas dizerem está em observações, não é nada!
Medida drástica. Entrei pela porta, passando pelo gorila, que me tentou impedir, ao qual lhe disse que ele não era funcionário do hospital e eu queria falar com um técnico de saúde. Ele não gostou, tentou empurrar-me para fora, eu gritando, disse. – Quero falar com um técnico de saúde e já! Após tal alarido lá apareceu um enfermeiro a correr. Expliquei-lhe a situação, disse-lhe que não é humano o que eles fazem, mantendo as pessoas desinformadas, sendo rudes e evasivos nas respostas que davam. O alarido foi tal, que um médico também apareceu. Finalmente lá explicaram o que estavam a fazer à minha tia, qual o seu estado, como se encontrava. Tentei explicar novamente àquela gente que deviam, devem, é obrigatório é urgente que mudem a sua atitude relativamente aos familiares das vitimas. Alguns são velhotes, também debilitados e estão para ali sentados..à espera..e esperam..esperam..e choram..e desesperam.... Compreendo a falta de condições e pessoal que os hospitais padecem. Mas substituir um gorila por um funcionário, que acalmasse o espirito daqueles que desesperam não deve ser muito complicado.
Ao fim de 9 horas naquele inferno, pude trazer a minha tia de volta.
É muito triste, é de partir o coração. As pessoas devem ser tratadas com humanismo. Os hospitais devem também pensar nos que sofrem cá fora.
Estamos muito aquém de qualquer sistema de saúde dum país minimamente civilizado.
Como é óbvio irei escrever uma reclamação formal, à direcção do referido Hospital.


medice, cura te ipsum (Médico, cura-te a ti próprio)


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 13:34
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Sexta-feira, 27 de Agosto de 2004

O poder de cada um

poder.jpg
São eles que determinam o nosso futuro, a nossa forma de estar e viver em sociedade. É claro que cada indivíduo pode, felizmente, escolher seu próprio destino e forma de vida, mas duma forma ou de outra, também acaba por ser influenciado por eles.
Os políticos. São seres mortais como qualquer um, comungando do mesmo ar, da mesma forma de metabolismo possuindo as mesmas características de envelhecimento e consequente morte, tal qual um qualquer ser mortal.
No entanto, por este ou qualquer motivo, normalmente porque nasceram no seio duma família com tradição política, ou por conhecimento (a cunha), ou por esperteza própria, possuem algumas características filosóficas e de pensamento um pouco diferentes dos outros seres. Uma boa capacidade retórica e um poder de encaixe sem limites, são também condições essenciais para se pertencer a tal classe. Como é obvio a tanga ( a ver: artigo de 18 Junho de 2004) é também essencial para ser possuidor de tal dom.
Não quero dizer com isto que se ponham todos (os políticos) dentro da mesma bitola e se passem a chamar a estes, seres errantes, ou mentirosos, aldrabões, corruptos e coisas afins. Não! Existem, felizmente, mortais dedicados à causa publica, fazendo-o de coração aberto, com honestidade e verticalidade. Provavelmente, são esses que ainda vão fazendo alguma coisa pela sua classe e pelo país onde ditam leis. Mesmo esses correm o risco de cair nas trevas e passar para o lado obscuro e menos correcto desse mundo. A tentação do poder!
O poder corrói e corrompe o bem e as boas intenções.
Todos os políticos, antes de o serem, deveriam passar por um processo de selecção criteriosa e profunda. Uma espécie de entrevista onde seriam analisados vários aspectos da sua vida e condição psicológica. Seriam submetidos a uma série de testes que pudessem validar a sua condição e capacidade para exercer tal profissão. Afinal todos os mortais que trabalham, ou procuram trabalho já o fizeram. Seriam feitos testes psicotécnicos, avaliações de curricula vitae, e tudo o mais necessário.
Só depois da selecção e consequente aprovação estariam aptos para se submeterem à aprovação do povo, à vontade da população, ao acto democrático.
No seu contracto de trabalho, seria também acrescentada uma clausula, que limitasse o seu mandato a um determinado período. Desta forma poderíamos evitar a sede do poder e a consequente passagem para o outro lado. Exerceriam a sua actividade durante certo tempo, depois teriam que voltar a ser cidadãos comuns até se curarem da tentação (o poder) a que foram sujeitos. Como é obvio ao fim de alguns anos poderiam retomar o processo de qualificação, mas certas tendências, vícios e tentações estariam nesse momento apenas alojadas na memória de tempos passados.



caveant consules ne quid respublica detrimenti capiat (Que os cônsules se acautelem a fim de que a república não sofra nenhum dano)



Um óptimo fim de semana para todos vós, aproveitem os restos de bondade do Astro Rei
publicado por Zeus às 17:49
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Quinta-feira, 26 de Agosto de 2004

Sentido contrário

macro-ants.jpg
Passam os dias de repouso e a azafama começa!
Como formigas em carreiros, mas desorganizadas, ou em sentido contrário (Zeca Afonso), os mortais retornam aos seus postos. Lentamente a cidade volta ao seu caos habitual. Trânsito, pessoas dum lado para o outro, pobres na rua, pobres da rua, mendigos e dependes. A atmosfera começa a ficar poluída. O tempo relembra-nos que vive de quatro estações e mais uma se está a aproximar.
E os mortais trabalham.
E sonham.
E sonham com o ano que vem. E onde irão repousar as suas mentes e corpos cansados.
E os mortais trabalham.


intra muros, age quod agis (Dentro dos muros, fazes o que fazes)



Fiquem bem caríssimos
publicado por Zeus às 11:13
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Quarta-feira, 25 de Agosto de 2004

O meu futuro

creation-adam-detail.jpg

São elas que detêm o poder em conjunto com o cérebro.
As mãos, sublime ferramenta com poderes excepcionais para construir, criar, gesticular, gerar emoções, destruir...
Permitiram a evolução do ser primata até ao Homo Sapiens dos nossos dias. Quem não se lembra do famoso filme 2001 Odisseia no Espaço, onde tão bem estava retractada esta evolução graças à descoberta de tais sublimes poderes.
Elas (as mãos) acariciam, acarinham, manifestam ternura.
Simbolizam o trabalho, a forma de sustentação dos mortais.
Muitos avaliam personalidades, trajectos futuros lendo as suas palmas.
Outros consideram a parte mais sensual do corpo.
Celebremos as nossas mãos.



in manus tuas (Nas tuas mãos)


Fiquem bem, caros mortais
publicado por Zeus às 12:37
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Segunda-feira, 23 de Agosto de 2004

Retorno

retorno.jpg
Ando neste momento a ler um livro muito interessante que aconselho a todos vós, caros mortais. “Dádiva Divina” do Rui Zink.
O livro conta-nos a história dum viajante (detective), suas aventuras, paixões e dissabores na vida, durante uma longa jornada a que se viu obrigado fazer. Todos nós, mesmo os Deuses, por vezes deixamos o nosso dia a dia corriqueiro e saímos para algum lado. Mais que não seja nas férias, momentos de descanso e lazer.
De volta ao Olimpo, o trabalho começou.


fervet opus (Ferve o trabalho)


Fiquem bem, aqueles que estão ainda a gozar o descanso, e os outros, que começaram na lavoura.
publicado por Zeus às 13:35
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