Quarta-feira, 29 de Setembro de 2004

Ocasiões

Esta prosa surge na sequência de alguns comentários no artigo de 17 Setembro, “Ilustres desconhecidos”.


encontro.jpg

Cada vez mais as relações casuais proliferam na sociedade dos mortais.
Aqueles encontros de ocasião, do momento, na discoteca/bar, no restaurante ou mesmo na internet, nos chats, resultam muitas vezes em relações curtas e rápidas. Uma noite, uma manhã são o suficiente para um encontro carnal ou de simples conhecimento.
O fascínio do desconhecido, a atracção repentina, associado ao liberalismo existente hoje em dia resulta num crescente envolvimento neste tipo de relações.
E não devem ser ignoradas! Cada vez mais os mortais procuram relações sem compromissos, sem que seja necessário contar a vida de fio a pavio. Unicamente o momento conta.
Se é certo ou errado é discutível. Por um lado não promove as relações duradouras que ocasionem a continuação da espécie em meio familiar. Por outro, permite o contacto e o conhecimento de novas experiências, novas pessoas. O que é sempre bom para um alargamento do espirito e da mente.
Como é obvio com o aumento deste tipo de relações, aumentaram também os riscos de saúde. Maior contacto, troca de fluidos implica necessariamente um aumento do risco de transmissão de doenças venéreas e afins.

Nada disto é anormal. Resulta dum continuo crescente da informação e divulgação a todos os níveis. Desde tempos remotos, lembro-me por exemplo do famoso livro Kamasutra (onde é que raio alguém se lembrou que um “gaijo” precisa de um livro que ensine as posições do acto sexual?) até aos nossos dias, a literatura e informação generalizada sobre a arte do sexo , sedução e erotismo promovem a liberdade sexual e consequentemente favorecem e provocam este tipo de “ocasiões”.
Aliás, caros mortais, a própria Eva iniciou este processo. Ela que não resistiu à tentação e deu a “trinca” na maçã. Influenciada pela serpente ou talvez não, foi certamente o fascínio do desconhecido que a levou a tal acto.


Vozes iradas se aproximam.


omne ignoto pro magnifico (Tudo que é desconhecido é tido por magnífico)


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 09:49
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Terça-feira, 28 de Setembro de 2004

Mistura letal

poder_1.jpg
Ao longo da evolução humana, os factos e a história comprovam-no. O poder coabita com o sexo, formam em conjunto a mistura mais letal do Planeta. Por eles (sexo e poder), guerras foram travadas, planos de destruição, aniquilação, extinção delineados.
Comparável a este poder destrutivo, só mesmo a religião, também provocadora de extermínios e destruição.
Não tenham dúvidas caros mortais, observem a história e salvo um ou dois casos, sexo e poder estiveram sempre em conjunto. O poder implica directamente sexo.
No meio destes dois estados de alma (poder versus sexo) por vezes mistura-se o amor.
É uma palavra pequena, com grandes e pequenos significados. Está com tendência a desaparecer. Em todas as suas vertentes.



amor et tussis non celantur (O amor e a tosse não se escondem)


Saudações para todos vós
publicado por Zeus às 11:02
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Segunda-feira, 27 de Setembro de 2004

Teoria do “Desenrasca”

constr.gif
A diversidade cultural, social, hábitos e costumes espalhada pelo mundo fora faz com que os mortais de diferentes nacionalidades reajam de forma diferente a variados aspectos da vida. Laboral e não só.
É fascinante como as pessoas do mesmo país, de uma forma ou de outra reagem a determinadas situações da mesma forma, como que se estivesse enraizado algo ou qualquer coisa que faz com que as pessoas sejam idênticas (generalizando). A sociedade tende a seguir as regras e costumes criadas por si próprios.
Para quem esteja habituado a trabalhar com pessoas de outras nacionalidades facilmente compreende e conhece as dificuldades que por vezes se criam.

A teoria do “desenrasca” está para os portugueses como o mel está para a garganta dum qualquer mortal com rouquidão.
Em qualquer situação, e neste caso refiro-me às laborais, os portugueses encontram sempre forma de dar a volta e seguir em frente. Um problema surge e duma maneira ou de outra, lá “desenrascamos” a sua resolução, seja ela (a resolução), por métodos convencionais, regras e procedimentos, ou aplicando a derradeira teoria do; não dá? Bom..então desenrasca-te, mas resolve-me esta merda!
Outros, regem-se por regras e nada mais. Trabalha-se com os Alemães e é o que se vê. Está normalizado? Se sim, ok, seguimos o procedimento. Se não? Olha, se não: Unglück (azar), nada feito!
Os Franceses deparam-se com um problema fora do comum e é logo; Oh mon Dieu! Et maintenant, Qu’es que nous pouvons faire? Désolée...
Já os “nuestros hermanos” são mais semelhantes aos Portugueses, desenrascam-se, digamos assim.
Os Italianos são manhosos, desenrascam-se mas por vezes com demasiados artifícios.


No entanto, é preciso reter que muito “desenrasca” às vezes dá merda. O hábito faz o monge (lá diz o povo).

Pessoalmente não contexto, nem uns, nem os outros. Ambos têm a sua razão. São simplesmente diferentes formas de estar.



Vox populi, vox Dei (Voz do povo, voz de Deus)


Nota final: O amigo Carlos Tavares (Blog o Micróbio) foi muito perspicaz na análise do artigo “Traços” (23/Setembro). Deu-se ao trabalho de investigar e descobriu a “armadilha” que tinha preparado para vós. De facto o quadro do meio (quadro 2) são mesmo os olhos de Zeus (El Ojo de Yahvé (Dios-Zeus)).
Os restantes comentários, comprovam de facto que a mesma imagem vista por olhos diferentes transmite sensações e estados de alma diversos.


Fiquem bem,
publicado por Zeus às 09:50
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Quinta-feira, 23 de Setembro de 2004

Traços

Gosto muito de pintura , principalmente a óleo, onde o artista divaga e expressa a sua forma de ver o mundo com sentimento e paixão. Cada pessoa que olha para um quadro, uma imagem interpreta à sua maneira, ou seja, o mesmo traço é visto de formas diferentes.

Façamos os seguinte exercício:

Quadro 1- Nilton Gitahy
Quadro 2- Luis Badosa
Quadro 3- Maria Iglesias Barroso

Nilton Gitahy.jpg
Luis Badosa.jpg
Maria Iglesias Barroso.jpg
Digam lá o que representa para vós. Ou melhor, escolham um dos quatro e divaguem.

honos alit artes (A honra alimenta as artes)

Fiquem bem,
publicado por Zeus às 14:11
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Quarta-feira, 22 de Setembro de 2004

O outro lado

porta.jpg

O outro lado coexiste juntamente com a consciência dos mortais.
Manifesta-se, por vezes das formas mais bizarras e estranhas, quando menos se espera. Ele (o outro lado), espera pacientemente nos recantos da existência humana, fechado numa porta sem fechadura, pronta a abrir. Solta-se das profundezas do ser e revela-se de rompante.
Quando por exemplo dois amantes se juntam, ele (o outro lado) está lá. Ou quando aparentamos ou demonstramos ser uma coisa, mas no fundo, até que sabemos que nem é bem assim. Ou quando se dizem as tais ”frases feitas”, que ficam bem, mas realmente não passam de palavras. Ou quando se cobiça a vizinha(o), ou a “gaija” / “gaijo” do lado em segredo. Ou quando em nome de causas nobres se assumem posições, cargos de prestigio e de poder.
E não vale a pena discursos morais sobre bons costumes e tradições, consciências limpas e claras, etc. e tal. Está na natureza dos mortais, na génese humana, a mentira a si mesmo e aos outros.

O outro lado é a defesa mais primária e básica que os mortais humanos descobriram para não se revelarem.
Pessoas puras, simplesmente não existem.



cave canem (Cuidado com o cão)


Fiquem bem
publicado por Zeus às 10:17
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Segunda-feira, 20 de Setembro de 2004

Dar asas à imaginação

cerebro.jpg
A melhor característica atribuída por nós, deuses do Olimpo, aos humanos é sem dúvida o seu poder em sonhar, imaginar criar ilusões ou desilusões. O “danado” do cérebro humano é de facto uma máquina maravilhosa.
Pesando pouco mais de 1 quilo e representando apenas 2% do peso total de um homem adulto, ele (o cérebro) gasta 20% de toda a energia despendida no corpo. Entre uma orelha e outra de uma pessoa, estima-se que existam mais conexões neurológicas do que estrelas na via Láctea.
É o cérebro que comanda as funções que asseguram a reprodução e a sobrevivência da espécie. Nas suas emoções, na atracção sexual, no amor entre pais e filhos, nos sonhos e pensamentos.
A sua missão mais elementar é recolher os estímulo externos, captados pelos sentidos, e transformá-los em impulsos eléctricos que percorrem os neurónios. Toda essa informação é catalogada e arquivada na memória. É a ela que o cérebro recorre quando precisa tomar decisões, comandar os movimentos corporais e organizar o pensamento
Desde que os seres humanos adquiriram a capacidade de pensar sobre sua própria existência, o cérebro é um desafio permanente ao entendimento.

Infelizmente, todos os sonhos, pensamentos, ilusões e desilusões acabam um dia. Quando a máquina cerebral deixa de funcionar.
E o que fica? Fica a obra, ficam os descendentes que dão continuidade ao sonho, fica o trabalho realizado. Isto é de facto o importante a reter deste “paleio” todo, meus caros mortais.

E o sonho comanda a vida, e os mortais não param de sonhar. Ainda bem!
Celebremos o nosso cérebro!


memento mori (Lembra-te que hás de morrer)



Fiquem bem,
publicado por Zeus às 12:17
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Sexta-feira, 17 de Setembro de 2004

Ilustres desconhecidos

O fazm1blog (aquela personagem irreverente que por vezes intervém com seus nobres comentários) enviou-me novamente um desafio. A foto que se segue.
Prosa requerida, aqui vai:


stillP03.jpg

Passam por nós (deuses e mortais) todos os dias.
Do rasto da sua passagem apenas uma ligeira memória, ou por vezes um perfume doce e delicado, em alguns casos algo mais forte, uma recordação por ventura.
São os ilustres desconhecidos.
Raramente um desconhecido (os de passagem) se torna conhecido. Muitas vezes um dos intervenientes até que gostaria de ultrapassar o estado de desconhecimento. Mas por definição um desconhecido não passa a conhecido. A menos que o desconhecido passe muitas vezes pelo mesmo mortal. Nesse caso, um olá, ou, viva, já reduz um pouco a barreira do desconhecimento. Mas não deixa de estar no lado de lá.
Tudo seria muito mais simples, se os mortais tomassem a iniciativa de se conhecerem uns aos outros. –Olhe, apetece-me conhece-lo, como está?
Como é obvio não falo dos desconhecidos que passam a conhecidos por motivo de “engate” ou coisa do género (daqueles, que se fazem na discoteca, por uma noite ou coisa que o valha), esses encaixam-se dentro de outra categoria.
É preciso não esquecer que é a procura do conhecimento, que motiva a evolução da raça humana.



omne ignoto pro magnifico (Tudo que é desconhecido é tido por magnífico)


Bons “conhecimentos” para todos vós, e um óptimo fim de semana
publicado por Zeus às 10:56
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Terça-feira, 14 de Setembro de 2004

Uma beca de bué

interrogacao.jpg

Ao longo da sua evolução, desde os primórdios dos tempos, os mortais humanos foram descobrindo pequenas coisas, simples modificações, de comportamento, ou de atitude que fizeram com certeza a diferença na evolução da escala animal.
Como é obvio, eles (os mortais humanos) já estavam predispostos a estas evoluções, foi só uma questão de as começarem a utilizar. Uma delas foi a linguagem, o poder da comunicação através da fala, ou de gestos.
E a linguagem não parou de evoluir até ao tempo actual. E assim deverá continuar.
Um dos grandes responsáveis por tais “evoluções” são, sem dúvida, os jovens mortais. Eles contribuíram para um “enriquecimento” do nosso vocabulário. Neste momento, sinceramente, não sei se estou a ser irónico, ou talvez não.
O “bué” (muito), a “beca” (menos que muito), o “coche” (um bocadinho). Por acaso interrogo-me..em termos de quantidade o que vale mais? Uma “beca” ou um “coche”? uma “beca” de pão será menos que um “coche”? bom..adiante, o “cota” (ancião), o “fixe” (porreiro), etc e tal. Todas estas expressões vão proliferando cada vez mais, surgindo do nada, ou da imaginação de alguns. E que fácil que é inventar, ou criar novas expressões. Um “xiribiti” (menos que uma “beca” e um “coche”, uma quantidade ínfima); um “zenaite” (esta então é espectacular...acho que pode bem ser...um chilique), um “ritumtum” (ao critério de cada um) e por ai fora.

Resta-nos a nós, e a vós, mais velhos, adaptarem-se à evolução constante.



ab absurdo (Partindo do absurdo)



Fiquem "bué" da bem,
publicado por Zeus às 11:08
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Sexta-feira, 10 de Setembro de 2004

Olha, caga nisso!

dedo.jpg

Muitas vezes os mortais resumem estados de espirito ou acções a tomar utilizando expressões, frases, gestos, etc.
Olha, caga nisso é uma expressão amplamente utilizada.
A primeira impressão é de repudio e assombro, algo sujo ou a vulgo má criação. Mas, uma análise mais profunda, leva-me a concluir que existe nela um fundo de verdade e magnificência puro e cristalino.
Vejamos..ela (a expressão) é utilizada quando algum problema ou situação menos correcta ou embaraçosa surge na vida. Nessa altura algum amigo, ou o próprio diz, ou pensa. –olha caga nisso! E muitas vezes é exactamente isso que devemos fazer. A vida, complicada por natureza, é um tempo curto, muito curto. E há situações que de facto não merecem a preocupação, ansiedade etc e tal que por vezes lhes conferimos.
É por isso, meus caros mortais que devemos sempre analisar os pseudo problemas que criamos, ou que nos criaram e verificar sempre se cabem no saco do “olha caga nisso”, passando os ditos (problemas) para outro plano, ou o chamado “arquivo morto”. Que é como quem diz, vai para trás das costas e siga em frente.
Outros, mais radicais (lembro-me dum conhecido dos tempos de estudante, lá na universidade do Olimpo), utilizam outra expressão ainda mais poderosa, possante, arrebatadora.
(Perdoem-me a ousadia), mas a expressão aplica-se muitas vezes e em muitos casos.- “de fodido não passa”.
Outras vezes...o recurso a utilizar, para além das expressões..é mesmo o da imagem!


desipere in loco (Enlouquece-te de vez em quando)



Portanto meus caros amigos, se estão cansados ou com algum problema..- olha, caguem nisso! E passem um bom fim de semana
publicado por Zeus às 18:50
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Terça-feira, 7 de Setembro de 2004

Encruzilhadas

encruzilhada.jpg

Ao longo da sua existência terrena, os mortais deparam-se várias vezes com determinados caminhos a seguir. Tomadas de posição, rumos e objectivos a definir. Alternativas que devem por vezes obrigar a uma paragem e reflexão.
Essas decisões, que por vezes parecem pequenas e sem importância, podem originar
grandes modificações na vida dos mesmos (os mortais).
São esses cruzamentos e encruzilhadas que muitas vezes determinam e proporcionam o bem essencial. Aquele termo aparentemente indefinível – felicidade.
No fundo, todos os mortais a procuram (a felicidade :em grego eudaimonia), outros já a possuem mas ainda não a descobriram simplesmente ou porque estão demasiado obstinados ou porque não a reconheceram.
Para muitos ter dinheiro, fama, “gaijas”/”gaijos” bons carros e boas casas é o êxtase da felicidade. No entanto, para outros, ela (a felicidade) obtém-se com coisas simples e banais da vida (A ver artigo de: 4 Junho 2004).


E ela aparece muitas das vezes de rompante, sem aviso e em situações menos esperadas.
Celebremos a felicidade que há em nós.






beati possidentes fortunatos (Felizes os que estão de posse da Felicidade)


Fiquem bem
publicado por Zeus às 17:31
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